Se quiseres…

A ninguém Jesus vira as costas ou evita o encontro. Desta vez é um encontro muito especial contra todos os princípios da Lei. Um encontro com um leproso, cuja doença o obrigava a afastar-se da família e da comunidade e a viver fora do acampamento. Amaldiçoado por Deus, era um proscrito da sociedade, sem direitos nem dignidade. Era como um animal. Apesar de tudo, veio e prostrou-se diante de Jesus: “SE QUISERES, PODES CURAR-ME”.Com delicadeza e sem explicações, vendo tão grande humildade e a confiança também, Jesus, contra todas as regras, medos e fronteiras, toca o leproso e responde: QUERO. E ele ficou limpo.Não faremos milagres como Jesus e nem sempre podemos curar, mas podemos sempre ajudar. E às vezes basta um sorriso, uma palavra amiga, uns momentos de companhia serena e confortante… enfim, pequenos gestos e serviços que, tornando mais suportável a cruz de quem sofre, fariam da nossa Paróquia uma comunidade mais atenta, próxima e solidária.O Serviço Paroquial dos Doentes e Idosos é um Serviço cada vez mais urgente a “ressuscitar”. P. Fausto in Diálogo nº. 1855 (Domingo VI do Tempo Comum – Ano...

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“Todos te procuram”

Um dia cheio, uma jornada-tipo, descrita no Evangelho de S. Marcos, em que Jesus se dedica a curar, rezar e anunciar. Um verdadeiro Mestre a quem ninguém, como há dias em Cafarnaúm, poupa elogios !Todos Lhe falam das suas maleitas, todos esperam uma palavra sábia, todos aguardam a cura das suas doenças. E nem tempo tem para descansar: “Todos te procuram“.A jornada, porém, não terminara, e, “de manhã, muito cedo, levantou-se e saiu. Retirou-se para um sítio ermo e começou a orar“.“Vamos a outros lugares“, responde Jesus aos discípulos, porque há muito a fazer, pessoas a acolher, doentes a curar e muitos a quem anunciar Boas Notícias. E o tempo é breve e a messe é grande.Rezar para que haja mais trabalhadores para a messe está acessível a todos e é o mínimo que podemos fazer nesta semana de oração pelos Consagrados. P....

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Com autoridade !

É sempre um prazer encontrar pessoas que não se limitam às palavras gastas, aos lugares comuns, ao que leram ou ouviram dizer. Ainda que simples, a palavra é acesa e sai viva, porque nasce de dentro e toca o centro da vida. É autorizada.Assim acontecia com Jesus, a acreditar na reacção dos habitantes de Cafarnaúm, que, assombrados e maravilhados, não se poupavam a elogios. Ao contrário, os escribas e doutores da lei limitavam-se a debitar fórmulas e enunciar princípios decorados mas distantes do coração. Eram apenas caixas de ressonância da palavra que sabiam mas não praticavam. E isto era percebido pelo povo.E agora, numa sociedade de palavras baratas, ocas e sincopadas, o que é que confere autoridade às palavras de um discípulo de Cristo?Tomando nota do conselho de S. Francisco de Assis, “só quem está bem com o silêncio, de vez em quando também pode falar”. E quando falar, fale do que sente, acredita e vive, isto é, diga e pratique o Evangelho.Se a todos os discípulos de Cristo fosse reconhecida esta autoridade, a Igreja estaria bem diferente e a humanidade também ! P. Fausto in Diálogo nº. 1853 (Domingo IV do Tempo Comum – Ano...

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“Vinde comigo”

“Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus”. Parece, com verdade, ter pressa, pois, no seu dizer, “cumpriu-se o tempo”. E não há tempo a perder quando o anúncio é a Boa Nova do Reino !Não estranhamos, pois, que, em caminhada na margen do lago de Genesaré, Jesus encontre gente a trabalhar. Eram pescadores. Homens de tez bronzeada, de mãos rudes e calejadas, que asseguravam o seu sustento na pesca. Certamente não eram letrados, nem pertenciam às elites religiosas ou civis, mas chamou-os e eles seguiram-no, sem porquê nem para quê. Simplesmente. A resposta foi pronta e generosa, apesar da estranheza da promessa: “Farei de vós pescadores de homens”.Passado todo este tempo, Jesus continua a convidar, com as mesmas palavras dirigidas aos apóstolos. E ainda com mais pressa e sem cansar, porque as mudanças são rápidas, os ouvintes numerosos e as necessidades urgentes. Haja, porém, muitos, que respondam com a determinação e a confiança dos apóstolos. P. Fausto in Diálogo nº. 1852 (Domingo III do Tempo Comum – Ano...

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“Que procurais?”

A cena passa-se junto do Jordão. É João Baptista, o Precursor, que dá a conhecer Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus”. De imediato, dois dos seus discípulos começaram a seguir Jesus, que, voltando-se, perguntou-lhes: “que procurais?” Palavras de Jesus, repetidas também a cada um de nós, especialmente no princípio de mais um ano.“Que procurais”? Saúde, dinheiro, casa…? A pergunta faz-nos perceber que há qualquer coisa que nos falta e que responde ao vazio que experimentamos dentro de nós mesmos.Então, que fazer? Jesus, como aos discípulos, não pede que adiramos a uma nova doutrina, não pede esforços, renúncias ou sacrifícios; responde apenas: “vinde ver”. E eles, ao que viram e ouviram, logo partilharam com outros a gratificante experiência realizada neste primeiro encontro.No princípio da sua vida pública e no início de ano, também Jesus se dirige a nós, ricos de tantas coisas, para nos ensinar desejos mais altos do que as coisas, e a não nos contentarmos só com o pão, com o bem-estar ou com um pouco mais de sucesso e poder. P. Fausto in Diálogo nº. 1851 (Domingo II do Tempo Comum – Ano...

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Em Jubilosa Esperança !

Na Epifania continuamos a celebrar o Natal de Deus, que entrou no mundo, sem defesas nem mordomias, para ficar connosco, tantas vezes sem ressonância e sem resposta, ou até para permanecer incógnito e de todos desconhecido, “apesar de vir para os seus e os seus não O receberem”.Como ontem, acontece hoje. E Jesus continua, de lanterna na mão, sem jamais desistir, à procura do homem, de todos os homens, por becos, vielas ou estradas. Porque é a LUZ.O ano novo mal nasceu e a aventura é longa, insegura e surpreendente. Bem precisamos da Luz Divina que ilumina e dá segurança ao caminho, inspira coragem nas dificuldades, dispõe-nos às surpresas e assegura-nos o conforto de Deus, que Se oferece, em todas as circunstâncias, como Companheiro de viagem. Para todos, então, votos ardentes de Luminosa e Santa Epifania. P. Fausto in Diálogo nº. 1850 (Solenidade da Epifania do Senhor – Ano...

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A Mais Inspiradora Família !

Escrupulosamente cumpridores da Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor e oferecerem em sacrifício o que na Lei estava previsto. Era o que faziam os pais dos meninos primogénitos. Os de Jesus não foram excepção.Curiosamente, no templo, ninguém os acolheu. A sua presença passou despercebida a todos, excepto a Simeão que, “movido pelo Espírito Santo”, se dirige, naquela hora, ao templo, e os saúda com todo o respeito. Apesar de ancião, as suas palavras não sabem a nostalgia por tempos há muito passados, nem são conselhos piedosos àqueles jovens pais, mas fala-Lhes do futuro salvífico e luminoso daquele Menino que têm nos braços. O mesmo aconteceu à velhinha Ana, que, entretanto, veio ao templo fazer a sua oração.Até agora, só os olhos dos pastores, dos pobres, dos humildes, dos anciãos, reconhecem naquele Menino, com alegria, o Salvador. Hoje não é diferente, pois são numerosos os distraídos, os indiferentes, os agnósticos e os descrentes, que, mesmo baptizados, não têm tempo para contemplar o Presépio e descobrir na Sagrada Família a fonte de Bênçãos e a inesgotável inspiração para a vida pessoal e familiar. P. Fausto in Diálogo nº. 1849 (Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José – Ano...

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Celebremos o Natal !

A sorte do mundo não é decidida na Roma Imperial, mas em Nazaré, na Galileia, um recanto perdido na periferia das periferias do imenso império romano. Numa sociedade estruturalmente maxista, em que o poder é dos homens anciãos, Deus dirige-Se, quem diria, a uma jovem rapariga, propondo-lhe aceitar a mais bela e desejada missão: Ser a Mãe do Salvador. E assim aconteceu !Em Belém, onde se fora recensear com o esposo, Maria deu à luz o seu Filho primogénito. “Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura”, por não haver outro lugar para nascer. Assim, Deus abandona-se nas mãos de uma jovem mulher, e esta, com a solicitude providente e amorosa do esposo José, alimenta-O de leite, de carícias e de sonhos. Que Família tão Sagrada, cuja contemplação nos ajuda a reorganizar a vida !No Natal Deus recomeça uma nova ordem e entra no mundo precisamente a partir dos últimos, a partir do ponto mais baixo, para que ninguém, por mais difícil que seja a vida, se sinta abaixo dEle e marginalizado por Ele.Celebremos, então, o Natal, para que, sendo a mais humana e terna festa do calendário litúrgico, nos traga a Alegria doce da presença do Emanuel e nos encha o coração da Esperança que nos compromete na construção de um Mundo Novo de fraternidade, de justiça e de paz.Para todos um Santo e Feliz Natal. P. Fausto in Diálogo nº. 1848 (IV Domingo de Advento – Ano...

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“Quem és tu ?”

Quem és tu, perguntavam a João Baptista, intrigados pelo que fazia e pela maneira como vivia. Afinal de contas não és o Messias, não és Elias ou outro profeta, e andas p’raí a baptizar, com que autoridade? Não é por nada, mas é para respondermos a quem nos perguntar sobre a tua pessoa e o que fazes.Eu não sou quem pensais, responde João Baptista. Não sou profeta, nem filho de profetas, nem tão pouco tenho pergaminhos de família que me abonem. Sou apenas voz que dá voz ao que o profeta Isaías já dizia: “Endireitai o caminho do Senhor”! Apesar de tudo, mesmo que ninguém me queira ouvir, não me calarei. A minha missão é ajudar quem deseja preparar a vinda do Messias.Assim como a voz de João Baptista, que converte uns e perturba outros, seja também hoje incómoda a nossa voz, como testemunhas do Messias que já veio e está presente, das mais diversas maneiras, nas pessoas com que nos encontramos ou passam ao nosso lado. P. Fausto in Diálogo nº,. 1847 (Domingo III do Advento – Ano...

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Atentos e vigilantes !

No Domingo passado, com o cap. 25 do Evangelho de S. Mateus, terminámos um ano liturgico, e neste começamos outro, sob o olhar atento de S. Marcos.Como sempre, o Advento, tempo curto de pouco mais de três semanas, é especialmente propício à conjugação do verbo “aproximar”, porque tudo parece, neste tempo, tornar-se mais próximo: Deus de nós, nós uns dos outros, e cada um consigo mesmo. Se não formos capazes ou não quisermos aprender esta gramática, viveremos este mês a pensar nas prendas. E isso não é o Advento.As luzes já nos confundem e o estímulo à compra é insistente e, sem nos apercebermos, esqueceremos a parábola de hoje, em que o senhor parte, deixa a sua casa, dá plenos poderes aos servos, atribui a cada um a sua tarefa, e volta quando entender, esperando de cada um o cumprimento dos seus deveres.O Senhor da parábola é o nosso Deus, Deus que nos confia o mundo e confia-nos uns aos outros, para que responsavelmente cuidemos da casa comum, onde ninguém se deveria sentir excluído, mas amorosamente acolhido e cuidado. Dessa responsabilidade há-de pedir-nos contas quando vier em glória e majestade. Até lá é o nosso tempo, o tempo do Advento. P. Fausto in Diálogo nº. 1745 (Domingo I do Advento – Ano...

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