É sempre um prazer encontrar pessoas que não se limitam às palavras gastas, aos lugares comuns, ao que leram ou ouviram dizer. Ainda que simples, a palavra é acesa e sai viva, porque nasce de dentro e toca o centro da vida. É autorizada.
Assim acontecia com Jesus, a acreditar na reacção dos habitantes de Cafarnaúm, que, assombrados e maravilhados, não se poupavam a elogios. Ao contrário, os escribas e doutores da lei limitavam-se a debitar fórmulas e enunciar princípios decorados mas distantes do coração. Eram apenas caixas de ressonância da palavra que sabiam mas não praticavam. E isto era percebido pelo povo.
E agora, numa sociedade de palavras baratas, ocas e sincopadas, o que é que confere autoridade às palavras de um discípulo de Cristo?
Tomando nota do conselho de S. Francisco de Assis, “só quem está bem com o silêncio, de vez em quando também pode falar”. E quando falar, fale do que sente, acredita e vive, isto é, diga e pratique o Evangelho.
Se a todos os discípulos de Cristo fosse reconhecida esta autoridade, a Igreja estaria bem diferente e a humanidade também !
P. Fausto
in Diálogo nº. 1853 (Domingo IV do Tempo Comum – Ano B)
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