É Deus o teu tesouro ?

O cap. XIII de S. Mateus continua a surpreender-nos com parábolas relacionadas com o Reino dos Céus. Os personagens centrais de hoje são um camponês e um comerciante. Ambos descobriram algo que lhes mudou a vida. Aquele, num campo que não era seu, achou um grande tesouro e este, freguês habitual de feiras e casas de antiguidades, uma pérola muito rara.A alegria foi enorme e ambos venderam tudo para adquirir tão valioso achado. Tudo mesmo, sem se sentirem defraudados ou empobrecidos pelo que venderam, face à riqueza que adquiriram. Venderam tudo, é verdade, mas para ganhar mais. Deixaram tudo para encontrar tudo o que lhes deu alegria, energia e fôlego para o futuro… Em suma, fizeram o melhor dos negócios.Assim são os cristãos, que, podendo não ser melhores que os outros, são mais ricos. Têm razões de sobra para serem sonhadores e lutadores. Quando se descobre que Deus é o Tesouro, e não um dever, estorvo ou açaime, abundam a alegria e a liberdade… a vida ganha sentido, unidade e valor. Sentimo-nos realizados. P. Fausto in Diálogo n.º1835 (Domingo XVII do Tempo Comum – Ano...

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Contra a pressa paciência!

O cap. XIII de S. Mateus continua a surpreender-nos com as Catequeses de Jesus, à beira mar, rodeado por grande número de pessoas. Como no domingo passado, também o assunto é relativo à vida do campo.Desta feita, o lavrador prepara a terra e esmera-se na sementeira, com expectativas de boa colheita, mas, apesar dos cuidados, aparecem no meio do trigo, larica, papoilas e outras ervas não semeadas.E agora, que fazer? Os servos propõem-se arrancar as ervas daninhas e o lavrador não aprova e recomenda calma, “porque correríeis o risco de arrancar também o trigo”.Dois modos de ser e proceder: Os servos vêem, antes de mais, as ervas daninhas e o lavrador vê em primeiro lugar o trigo.Para os de coração áspero, intolerante e farisaico, face aos defeitos e asneiras…, a atitude é “cortar o mal pela raiz”; para Deus, pelo contrário, a não violência, pacientemente assumida, é a atitude recomendada para se fazer caminho e superar fragilidades. Até à colheita.A vida não é linha recta, sem curvas e sempre a subir e tem escolhos, zonas cinzentas e até escuras. Tem de tudo. Não há homens sem joio, sem defeitos, mas são justos aqueles que se esforçam por cobrir o mal com o bem que fazem, mesmo pecando “sete vezes ao dia”. P. Fausto in Diálogo nº. 1834 (Domingo XVI do Tempo Comum – Ano...

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Sem cansar e com abundância !

Em maré de ceifas, o Evangelho de hoje fala-nos de um lavrador que não se cansa de semear generosamente.Criados à imagem e semelhança de Deus, cada um de nós é esse torrão de terra boa apta para dar vida à sementeira que amorosamente Deus vem fazendo em nós, desde o princípio. A nossa história, porém, diz-nos que as pedras e os seixos, o mato e as silvas que tantas vezes deixamos crescer, tornam a nossa existência um caminho de terra batida e inculta, onde a semente, ainda que de boa qualidade, não enraiza, não cresce, não floresce e não frutifica.O calendário de vida a que nos obrigamos não contempla paragens, tira-nos tantas vezes tempo para escutar o silêncio, para escutar Deus e os outros, e torna-nos terreno seco, pedregoso e pouco profundo, incapaz de reter a humidade indispensável à fecundidade.O Evangelho alerta-nos e merece da nossa parte maior atenção e fidelidade, se queremos ser felizes. Apesar de tudo, Deus não se cansa de semear, mesmo que estejamos em férias. P. Fausto in Diálogo nº, 1866 (Domingo XV do Tempo Comum – Ano...

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Sempre aprendizes

Depois dos desafios aos apóstolos, condensados no capítulo 10 de S. Mateus, que poderão ter provocado também em nós algum desconforto, somos por Jesus brindados, neste domingo, com um apelo suave: “Vinde a mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei”. Sem obrigações nem proibições. Apenas a certeza consoladora de paz.Sem cobrar nem exigir contrapartidas, Jesus propõe alívio e paz para a vida tão stressada e sofrida como a nossa, bastando, para isso, responder ao convite dirigido a todos, independentemente da idade, profissão e estatuto: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas”, isto é, aprendei o meu modo de viver e de amar, para servir e sorrir… Sem arrogância nem violência.Há tanta gente que se diz católica a buscar desesperadamente a paz e o equilíbrio interior no ginásio, no espiritismo, na bruxaria e em tantas outras propostas de cariz religioso, e até caminhos desviantes, quando temos tão perto Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, que nos faz crescer harmoniosamente por dentro, com naturalidade e verdade, bastando sermos Seus discípulos em formação permanente. P. Fausto in Diálogo nº. 1832 (Domingo XIV do Tempo Comum – Ano...

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Deus em primeiro !

O cap. 10 de S. Mateus continua a centrar a nossa atenção, mesmo sentindo o discurso de Jesus cada vez mais exigente. E hoje parece que a fasquia foi levantada muito alto: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim”. E o mesmo se diz em relação aos filhos. Com estas palavras, parece, à primeira vista, que Jesus anda carenciado e ressentido, a ponto de desvalorizar as relações mais profundas e sagradas que se constroem na familia. Nada disso.Jesus não instaura no coração humano qualquer competição entre afectos. Não rouba nada. O que diz hoje claramente é que a felicidade não depende de termos uma família, carros, casa, saúde, bom emprego e futuro risonho, mas da generosidade e capacidade de conjugar o verbo AMAR, segundo a nossa vocação e estado de vida.Não nos assustemos com as exigências do Evangelho. São difíceis, mas não impossíveis. Prova-o a história da Igreja que está cheia de homens e mulheres que encarnaram séria e fielmente estas exigências.Apesar de ser grande o grau de dificuldade, não nos dispensemos de manter o mais alto possível a fasquia proposta por Jesus aos seus discípulos, sendo certo que nem um copo de água fresca, dada com amor, deixa de ser recompensado.Porque nunca perdemos com Deus, nada devemos antepor a Deus, como nos diz Jesus e recorda o mestre S. Bento. P. Fausto in Diálogo nº. 1831 (Domingo XIII do Tempo Comum – Ano...

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“Não temais…”

O Evangelho de hoje está cheio de expressões e imagens que confortam e inspiram uma amorosa confiança na Providência de Deus, que em todas as circunstâncias da vida tem a última palavra: “Não se vendem dois passarinhos por uma moeda? E nem um deles cairá por terra sem consentimento do vosso Pai. Não temais os que matam o corpo… até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados”.Apesar de tudo, os passarinhos continuam a cair e a violência parece levar a melhor, os ricos são cada vez mais ricos e os pobres mais e mais pobres… e a vida está sempre mais dura. E isto mete medo, e faz-nos vacilar, tantas vezes!O medo não é contrário à fé. O Senhor sabe bem que temos medo e que há muitas razões para isso. O próprio Jesus experimentou duramente medo no Monte das Oliveiras, a ponto de suar sangue. Mas longe de se deixar bloquear e levar pelo medo, abandonou-se nas mãos do Pai (Lc. 22,42), porque também sabia que todos os seus cabelos estavam contados.Sentindo nós medo por tanta coisa que nos assusta e aflige, no presente e no futuro, ouçamos Jesus que nos diz que, depois de fazermos tudo o que está ao nosso alcance, só nos resta confiar em Deus, cuja palavra será sempre de Amor e Misericórdia. P. Fausto in Diálogo nº. 1830 (Domingo XII do Tempo Comum – Ano...

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“Como ovelhas sem pastor”

Jesus dava frequentemente conta de que havia muita gente que vivia fatigada e abatida, desanimada, sem alma, sem liderança, sem esperança. Verdadeiramente como ovelhas sem pastor. E isso chocava-O profundamente e enchia-lhe o coração de compaixão.Não faltavam mestres da lei e sacerdotes do culto e as sinagogas enchiam-se a cada sábado, mas as pessoas continuavam cansadas e abatidas, porque os seus problemas e preocupações não obtinham resposta de nenhum poder, inclusivé religioso. Ninguém cuidava delas.Hoje, o retrato social não é assim tão diferente. A messe é maior e mais complexa e faz também aumentar consideravelmente as multidões que vivem como ovelhas sem pastor, por não verem atendidos os seus problemas e esperanças. Dessas, que Deus também ama e a quem nos envia, nos constituiu particularmente responsáveis.Jesus não pedia no Evangelho funcionários mas trabalhadores. Funcionários havia muitos. Hoje também não é tanto de funcionários que precisamos, mas de pastores “com cheiro a ovelha”, na feliz expressão do Papa Francisco. Pedi-los, é cada vez mais necessário e urgente. P. Fausto in Diálogo nº. 1289 (Domingo XI do Tempo Comum – Ano...

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Um Olhar diferente!

Jesus passou à frente da banca do cobrador de impostos e disse-lhe: “Segue-me”. E ele levantou-se e seguiu Jesus. O cobrador era Mateus, da classe dos publicanos, de profissão pouco recomendada e nada apreciada, porque cobrava os impostos a entregar ao ocupante romano.Considerado pecador público e habituado ao olhar de desdém e aos comentários pouco abonatórios por quem se aproximava, Mateus viu que o olhar de Jesus era diferente e não hesitou em segui-Lo. Pela primeira vez sentiu-se olhado com respeito, sem recriminações ou ameaças. E a sua vida mudou. Mudou radicalmente!Agora já não o vemos a cobrar impostos e rodeado por pessoas de mau humor e com má vontade, mas a encher a sua casa de convivas, publicanos e pecadores, todos sentados à mesa, a partilhar com alegria a presença de Jesus e o pão da amizade e do respeito de uns com os outros.Há olhares e olhares. O de Jesus, hoje como ontem, não se impõe, não intimida, não repreende, não julga, não violenta, mas liberta, pacifica e convida a segui-Lo como Mateus, que trocou tudo e esqueceu a banca por um projecto de vida boa, alegre e feliz. P. Fausto in Diálogo nº. 1828 (Domingo X do Tempo Comum – Ano...

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“Deus é Amor”

Ao retomarmos o Tempo Comum, interrompido com a Quaresma e o Tempo Pascal, dedicamos o primeiro domingo livre a celebrar a Santíssima Trindade.Toda a Liturgia é dirigida ao Pai, por intermédio do Filho, no Espírito Santo. Todos os actos da Igreja, a começar pelos sacramentos, são realizados e celebrados mediante a invocação da Trindade Santa.Este mistério, que pode parecer distante, toca a vida no nosso íntimo mais profundo, porque Deus não se revela solidão mas comunhão. É Família. É Trindade. Um só Deus em três Pessoas. Nenhuma cátedra ou púlpito definiu tão bem Deus como o apóstolo S. João: “Deus é Amor“.Não se é, pois, cristão, por se saber muita doutrina, com fórmulas e conceitos mais ou menos elaborados e decorados, mas por se acreditar que “Deus amou tanto o mundo, que entregou o Seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita nele não pereça, mas tenha a vida eterna”, como disse Jesus a Nicodemos.Que a celebração da solenidade da Santíssima Trindade nos faça penetrar mais profundamente neste Mistério de Amor e descobrir o valor e a necessidade de nos benzermos sempre bem, porque até o simples gesto de nos benzermos, tantas vezes feito de modo ligeiro, maquinal e rotineiro, se torna, quando feito conscientemente, verdadeiro acto de Fé no Mistério de Deus. P. Fausto in Diálogo nº. 1827 (Solenidade da Santíssima Trindade – Ano...

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Pentecostes

A vida dos discípulos ao longo dos últimos cinquenta dias foi razoavelmente tranquila, com momentos de medo que os tolhiam e barricavam e com dúvidas, algumas delas persistentes. Tudo pacientemente foi superado por Jesus.Com o Pentecostes, porém, algo aconteceu, que virou do avesso estes homens, peritos nas artes da pesca e pouco dados às letras. Sem serem profissionais da palavra, nem ágeis na eloquência, falavam com uma alegria e convicção, que encantava e convertia, a ponto de passarem por ébrios. E não se calavam, apesar de mal tratados.O Espírito Santo continua presente e vivo. Com efeito, a Igreja, que estava reunida no Cenáculo, esperando que se cumprisse a promessa de Jesus, continua a viver hoje da acção do Espírito Santo, única garantia de fidelidade ao projecto de Cristo. P. Fausto in Diálogo nº. 1826 (Domingo de Pentecostes – Ano...

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