“Faz isso e viverás”

No Evangelho de hoje sobressai uma parábola, uma das muitas que Jesus conta para comunicar mais claramente a mensagem e, no centro da parábola, um homem assaltado, roubado e maltratado, a pedir desesperadamente auxílio. De passo apressado, um sacerdote desce pelo mesmo caminho, vê e passa adiante. E o mesmo comportamento tem um levita. Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto do homem, “encheu-se de compaixão, aproximou-se, ligou-lhe as feridas, colocou-o sobre a sua montada, levou-o para uma estalagem, cuidou dele” e assumiu todos os encargos do internamento. Tantos verbos para declinar, com exactidão, o verbo amar! O samaritano, sem o saber, soube fazê-lo. O sacerdote e o levita não. E nós? Não basta saber o que está prescrito, não basta saber o alcance da Palavra de Deus. É preciso pô-La em prática: “Fazer o mesmo”. Mas isto não é só para padres e freiras. É para todos os discípulos de Jesus Cristo. P. Fausto(reedição do nº. 1788) in Diálogo nº. 1922 (Domingo XV do Tempo Comum – Ano...

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Convite ao essencial

Para a experiência missionária relatada neste domingo, Jesus envia 72 discípulos, dois a dois. Partem sem pão, nem bolsa, nem dinheiro, sem nada de supérfluo, mais ainda, sem as coisas mais básicas da vida. Só um bastão e um amigo para partilharem as alegrias e as dificuldades da missão. Simplesmente homens, confiados na palavra do Mestre e fiéis ao programa proposto. E lá foram.Esta experiência dos discípulos é e continua a ser um convite ao essencial, à raiz pura que vem antes do dinheiro, do pão, dos papéis, das funções e das burocracias. Isto custa a compreender e aceitar nos dias de hoje, tão imersos andamos em “coisas e loisas” e cada vez mais dependentes do Telemóvel, da Internet e da IA…Pelos vistos a experiência foi um êxito, não pela planificação e organização da actividade, nem pelos meios de suporte envolvidos, mas pelo ardor do coração dos discípulos confiados na Palavra do Mestre. Talvez seja isso o que nos falta tantas vezes. P. Fausto in Diálogo nº. 1921 (Domingo XIV do Tempo Comum – Ano...

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Jesus não escolhe heróis

Habitualmente eram muitos os seguidores de Jesus, às vezes verdadeira multidão. Nem todos, porém, com o mesmo entusiasmo, como se relata em Lc. 9, 51-62, que se proclamaria neste XIII Domingo do Tempo Comum, não fora a solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo.Três personagens seguem Jesus. O primeiro que se apresenta é generoso, espontâneo e entusiasta, diremos mesmo incondicional: “seguir-te-ei para onde quer que fores”, enquanto os outros respondem “sim, mas…”. A resposta de Jesus, parecendo desmotivadora, é realista.Sem eira nem beira, nem lugar onde repousar a cabeça, a não ser em Deus, Jesus tem uma proposta sempre ganhadora para quem consciente e livremente O escolhe e segue, apesar das dúvidas e fragilidades.Ele, que não busca heróis para o Seu Reino, continua a dizer avisadamente aos que escolhe: não olhes para trás, não olhes para as dificuldades, mas para o horizonte que rasga e abre caminhos de alegria e felicidade.Jesus é de Palavra. Que o digam os Apóstolos Pedro e Paulo, cuja memória a Igreja, neste domingo, solenemente, celebra. P. Fausto in Diálogo nº 1920 (Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, apóstolos – Ano...

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Quem sou Eu para ti ?

Jesus, mesmo com a “agenda carregada”, reserva sempre momentos intensos para a oração a sós ou com os discípulos, como hoje.“Quem dizem as multidões que Eu sou”? A resposta é boa e diversificada, mas Jesus não se apoia naquilo que a gente diz, porque sabe que a verdade não reside nas sondagens de opinião. A segunda pergunta, porém, chega directa, explicita, sem hesitações: “Mas vós, quem dizeis que Eu sou?”Jesus não pede aos discípulos uma definição abstracta e decorada ou uma reflexão teórica mais ou menos elaborada, mas quer o envolvimento pessoal de cada um: tu, que dizes de mim mesmo, ou quem sou eu para ti? Na verdade, não é a definição de Cristo que está em causa, mas tudo o que dEle já vivem os discípulos.A mesma pergunta faz Jesus a cada um de nós. Fechem-se, então, os livros e os catecismos. Não valem os estudos e títulos académicos. Abra-se o livro da vida, porque Cristo não é o que dEle digo, mas o que dEle vivo.Reentrados no Tempo Comum, eis a questão sempre oportuna e nunca acabada, porque, como reconhecia S. Paulo VI, o que o mundo mais precisa não é de doutores e mestres, mas de testemunhas de Jesus Cristo. P. Fausto in Diálogo nº. 1919 (Domingo XII do Tempo Comum – Ano...

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Um só Deus em três Pessoas

“Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos guiará para a verdade plena”.Jesus vai sem ter dito tudo, sem ter terminado tudo, mas promete um guia admirável, o Paráclito, para um novo e exaltante caminho que nos leva a acolher, sem reservas, mesmo as “Coisas” naturalmente fora do nosso alcance.Hoje celebramos o mistério fundamental da fé, o Mistério da Santíssima Trindade: Um só Deus em três Pessoas, que não resulta de um destilado e fastidioso processo de pensamento para conciliar o três em um, mas tão só Revelação, pelo Unigénito do Pai, da essência profunda de Deus, que, sendo Único, é Relação, Comunhão, Família, Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.Se Deus se realiza só na Comunhão, assim acontece e acontecerá também com o homem, criado à imagem e semelhança não apenas de Deus Único, mas de Deus Trindade. Esta é a nossa origem, vocação, missão e destino.Este é o Deus verdadeiro, revelado por Jesus Cristo, que, graças ao Espírito Santo, nos faz viver todos os dias com o Evangelho no coração e com amor nas mãos. P. Fausto in Diálogo nº. 1918 (Solenidade da Santíssima Trindade -Ano...

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Promessa cumprida !

Jesus, no Evangelho da Solenidade do Pentecostes, segundo S. João, descreve alguns traços do Espírito Santo. “O Pai dar-vos-á um outro Paráclito, para que fique convosco para sempre… Ensinar-vos-á todas as coisas e recordar-vos-á tudo o que Eu vos disse”.O Espírito Santo é assim. É o que está sempre ao nosso lado, sustenta, defende e protege. E fá-lo-á sempre. Além disso, é o que ensina e recorda. É a memória salutar de tudo quanto Jesus ensinou e sustentáculo seguro e permanente duma espécie de nostalgia do futuro, que é a nossa vocação final à eterna e plena comunhão com Deus e com todos os seres criados.Como aos apóstolos, que passados cinquenta dias após a Páscoa ainda estavam encerrados no Cenáculo, O Espírito Santo também nos é dado para a missão, porque nos impele a incendiar o mundo com a mais Bela das Notícias. Vale, então, lembrar o que o Papa Francisco recordava aos cristãos: Evangelho nos pés, Misericórdia nas mãos e Amor no coração.Com a Solenidade do Pentecostes termina o Tempo Pascal. Jesus prometeu e cumpriu. Cumpramos nós, agora, a nossa parte. P. Fausto in Diálogo nº. 1917 (Solenidade do Domingo de Pentecostes – Ano...

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Agora é o nosso tempo !

A Ascensão de Jesus narrada por S. Lucas é de uma sobriedade encantadora, que não pode deixar de provocar também em nós uma profunda alegria e esperança, como aos apóstolos!Não se trata de uma fuga de Jesus em frente, de um voltar costas aos discípulos, ou manifestação de desinteresse e de cansaço determinados pela sociedade desalinhada e em sofrimento; se o fosse, não terminaria com uma Bênção: “Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi elevado ao Céu”.Uma Bênção deixou-nos o Senhor, não um juízo, condenação ou lamento, mas uma Bênção. A toda a humanidade e a toda a criação.Agora é a nossa hora. É a hora de todos saírem à rua, como escrevia o Papa Francisco, “com o Evangelho nos pés, com misericórdia nas mãos e com o amor no coração”. E no rosto, nunca esqueçamos, a alegria e a esperança. Foi o que os apóstolos fizeram, sem barreiras nem fronteiras. P. Fausto in Diálogo n.º1916 (Solenidade da Ascensão do Senhor (Domingo VII da Páscoa) – Ano...

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6.º Domingo da Páscoa

Neste Domingo, celebramos com alegria a vida nova em Cristo ressuscitado. Três motivos nos unem em gratidão:1º É o Dia do Senhor. Celebramos a Ressurreição de Jesus, que vive eternamente e nos deixa a Sua paz.2º O nosso pároco, ainda que fisicamente ausente e em recuperação, está espiritualmente presente. É sinal da unidade pastoral e do compromisso orante com a comunidade. Rezemos sempre por ele, em sinal de gratidão e comunhão fraterna.3º As nossas crianças, na paróquia, recebem hoje a Primeira Comunhão, entregando-se com simplicidade e verdade ao amor de Cristo.A liturgia convida-nos a confiar nas promessas de Jesus.A 1.ª leitura (At 15,1-2.22-29) mostra que, com a força do Espírito Santo, é possível superar os desafios da missão e dos desafios do dia-a-dia.A 2.ª leitura (Ap 21,10-14.22-23) aponta para a Jerusalém celeste, meta da nossa fé.No Evangelho (Jo 14,23-29), Jesus revela o coração da Sua mensagem: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele a nossa morada.“ Aqui, o amor não é apenas sentimento, mas uma decisão profunda e radical de adesão a Cristo.Hoje, ao receberem pela primeira vez a Hóstia Sagrada, as nossas crianças aderem a Cristo e concretizam esse amor: um sim livre e puro, resposta fiel à graça de Deus.Que esta celebração nos reanime a todos — crianças, jovens, adultos e anciãos — na missão de evangelizar com coragem e ternura, firmeza e fidelidade, sempre impulsionados pelo Espírito Santo e sustentados pela Palavra viva de Jesus Cristo.Cristo vive e Cristo reina! Aleluia! Pe. Armindo Wilson in Diálogo n.º 1915 (Domingo VI da Páscoa – Ano...

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5º Domingo da Páscoa

A liturgia deste domingo convida-nos a refletir sobre a comunidade nascida de Jesus, chamada a ser sinal vivo do Amor de Deus no mundo.Na 1ª Leitura (At 14, 21b-27), vemos Paulo e Barnabé levando o “Mandamento Novo” às comunidades da Ásia Menor, com coragem e ousadia missionária.A 2ª Leitura (Ap 21, 1-5a) apresenta-nos a meta final dos que, com Cristo, acolheram a vontade de Deus: habitar na Sua morada eterna.O Evangelho (Jo 13, 31-33a.34-35) entrega-nos o testamento de Jesus:“Que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei” (Jo 13, 34).Amar como Cristo é escolher livremente o outro como parte de nós mesmos. É um amor ativo, que liberta, une e revela o divino no tempo. O verdadeiro discípulo não se reconhece por doutrinas, mas pelo amor que se traduz em gestos concretos.Como comunidade da Glória, somos chamados a viver esse amor que nasce da liberdade interior e se realiza na entrega generosa, sem imposições, à semelhança de Cristo.Bom Domingo! Pe. Armindo Wilson in Diálogo nº. 1914 (Domingo V da Páscoa – Ano...

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Amar é escutar

“As minhas ovelhas escutam a minha voz… Eu dou-lhes a vida eterna… e ninguém as arrebatará da minha mão”, afirmações solenes do Evangelho de hoje, Domingo do Bom Pastor e IV da Páscoa, proferidas por Jesus.Escutar alguém é como dizer-lhe: tu existes, és importante para mim, o meu tempo é teu…, e torna-se, assim, o primeiro acto de amor e o primeiro serviço a prestar a Deus e ao homem.Amar é escutar. A esta luz, na nossa relação com Deus, precisamos de passar de uma oração de fórmulas à oração de escuta, para podermos mais facilmente ouvir o que Deus tem para nos dizer.Se os nossos tempos de oração fossem mais de escuta e se nos deixássemos agarrar pela mão de quem nunca nos deixa cair, não nos faltariam sacerdotes, religiosos/as, seculares, nem mesmo para o ministério conjugal. Passa por aqui o segredo de todas as Vocações. E também o da felicidade. P. Fausto in Diálogo nº. 1912 (Domingo IV da Páscoa – Domingo do Bom Pastor – Ano...

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