“Descansai um pouco”

“Nem tinham tempo para comer”! Era assim a agenda diária de Jesus. Daí o convite aos apóstolos: “Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco”.Mas face à multidão que O seguia por todo o lado, sem mesmo o deixar descansar, “encheu-se de compaixão por aquelas pessoas, porque eram como ovelhas sem pastor”.Assim era Jesus, sem eira nem beira, nem tempo para comer e descansar, mas sempre com Tempo para estar com o Pai, acontecesse o que acontecesse. Aos apóstolos, porém, aconselha a que considerem o descanso como parte da missão. E assim deve ser.Também o Concílio Vaticano II nos diz numa das suas Constituições: “depois de haver aplicado a um trabalho o seu tempo e as suas forças, de uma maneira conscienciosa, todos devem gozar de um tempo de repouso e de descanso suficiente para se dedicarem à vida familiar, cultural, social e religiosa”.Aproveitemos, então, o tempo de férias para descansar, ler, conviver e rezar, a fim de enfrentarmos com coragem e ânimo redobrado os desafios do próximo ano. P. Fausto in Diálogo nº. 1878 (Domingo XVI do tempo Comum – Ano B) (do Diálogo...

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Jesus não desiste…

Sempre houve pessoas extraordinárias, carismáticas, reconhecidamente proféticas. A profecia de cada baptizado, porém, é a chamada profecia do quotidiano, exercida na família, na profissão, no contexto em que se vive, e não depende do grau de instrução ou da posição social, mas sim de um coração generoso, de uma consciência reta e de um grande amor à verdade.Os habitantes de Nazaré, embora reconhecendo a sabedoria e o discurso de Jesus e os Seus feitos admiráveis, não Lhe dão valor, incapazes de ultrapassar os preconceitos familiares e a humildade profissional que os calos das mãos revelavam. É que o Messias não podia vir de uma família em tudo igual às demais, conhecida por todos, e apresentar-se com mãos de carpinteiro. “E ficavam perplexos a seu respeito”.O que para nós é graça leva os nazarenos à rejeição, que, honestamente, Jesus não esperava dos seus conterrâneos, mas nem isso O demoveu de curar alguns doentes, apesar de estranhar “a falta de fé daquela gente”.“E percorria as aldeias dos arredores, ensinando”. Assim termina o Evangelho deste XIV Domingo do Tempo Comum, segundo S. Marcos, a dizer-nos que Jesus, o Filho de Deus, apesar dos revezes, não castiga, não se cansa de anunciar a Boa Nova, não desiste de nós e não alimenta rancores de ninguém. P. Fausto in Diálogo nº. 1876 (Domingo XIV do Tempo Comum – Ano...

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“Levanta-te”

Após a noite tormentosa no mar da Galileia, uma multidão esperava Jesus no outro lado da margem, ávida de uma palavra, de um toque ou de um gesto salvador. Jesus deteve-se, então, algum tempo mas não muito, porque Jairo, chefe da sinagoga, apresenta-se aflito, porque a filha estava a morrer, e pede que o acompanhe. E Jesus não se demorou.Ainda a caminho, chega a notícia da morte da menina e o consequente reconhecimento de que nada mais havia a fazer. Jesus, porém, não Se conforma e diz a Jairo “Não temas; basta que tenhas fé”, como que a dizer-lhe: calma; confia; é Deus quem tem sempre a última palavra. E retomou o caminho.Chegado a casa do chefe da sinagoga, Jesus depara-se com um ambiente de grande alvoroço, que em nada ajuda o silêncio recolhido que a morte deveria provocar, e não se contém. Manda sair toda a gente, toma consigo o pai e a mãe da menina, entra no seu quarto e pega-lhe na mão, indiferente à impureza legal que o toque na morta provocava, e diz “Levanta-te”. E a menina levantou-se e recomeçou a caminhar.Em todos os momentos, por mais dolorosos que sejam, o mesmo Jesus continua a dizer-nos “Levanta-te”, isto é, ressuscita, tem coragem, não desistas, confia em Deus… Bem necessário se torna ouvirmos palavras como estas, que tornam luminosos e felizes os dias que nos parecem dolorosos e sombrios. P. Fausto in Diálogo nº.1875 (13º Domingo do Tempo Comum – Ano...

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Porquê tanto medo ?

Ao ouvirmos neste Domingo a Palavra de Deus coramos de vergonha porque, por vezes como os apóstolos, quando a vida corre mal, também julgamos que o Mestre dorme, está longe ou distraído.Guerras em tantos cantos do mundo, e Deus dorme. Situações de criminalidade mais ou menos violenta e explicita, e Deus dorme. Atentados contra a vida e desrespeito pela natureza, e Deus dorme. O mundo geme de tanta dor e grita de tantas injustiças e ódios, e Deus parece dormir. Que se passa ó Deus?“Porque estais tão assustados, ainda não tendes fé?” pergunta Jesus aos apóstolos, que, de cabeça perdida, lutam para evitar o naufrágio. Àqueles, e a nós também, Jesus parece dizer que a única coisa que vence o medo é a fé. Apesar de tudo, apesar da sua fé imperfeita, os apóstolos dão-nos uma grande lição ao manifestarem verdadeira confiança em Jesus, na súplica que Lhe fazem.É nos momentos difíceis, nas crises da vida, que precisamos mais de Cristo, certos de que nunca nos abandona, ainda que às vezes nos pareça longínquo e em silêncio. P. Fausto in Diálogo nº.1874 (Domingo XII do Tempo Comum – Ano...

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Semear. Semear. Semear

Hoje, Jesus, para falar do Reino de Deus, conta-nos duas histórias de semeadores, sementes e sementeiras. Para nós Deus é o semeador, sempre com a melhor das sementes, mas o diabo também faz a sua sementeira, fazendo aparecer outras coisas não previstas nem queridas.Que concluir ?Como diz o Evangelho, se tu semeaste boa semente, quer durmas quer vigies, de noite e de dia, a semente germina e cresce. Tudo isto, porque a força está na semente e não no semeador, mesmo que tenha trabalhado bem a terra.A segunda parábola, que realça a desproporção entre a minúscula semente de mostarda e a árvore em que, a seu tempo, se pode transformar, mostra que o Reino de Deus germina e cresce pela força secreta das pequenas coisas boas e quotidianas da vida, traduzidas em valores como verdade, justiça, honestidade, atenção e cuidado pelos outros, respeito pela natureza…Que fazer ?As parábolas de Jesus convidam-nos a selecionar as sementes e a semear com tenacidade e teimosa confiança. O mandato é para semear. Mesmo sem ver resultados. A colheita outros a farão. Não nos queixemos. Não esperemos, porém, que um qualquer seguro cubra a falta de resultados de que sejamos responsáveis. P. Fausto in Diálogo nº. 1873 (Domingo XI do Tempo Comum – Ano...

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Há dias e dias !

Há dias e dias. Há dias verdadeiramente cinzentos que convidam, mesmo os valentes, a desistir. Jesus também os experimentou.Para uns era o profeta de Deus, para outros estava possuído pelo diabo e para a família o que precisava era de uma boa cura de sono. No meio de tudo isto, a sensação de solidão e incompreensão!Mas Jesus não desarma e aproveita a ocasião para esclarecer que no seu projecto de felicidade, sem dispensar e muito menos hostilizar a família, há algo mais importante que os laços de sangue e promete o cêntuplo a quem tiver “deixado pai, mãe, mulher ou filhos e também os campos”, para O seguir. Promete um coração multiplicado e um mundo finalmente afectuoso, numa nova arquitectura das relações humanas!É este o Jesus que hoje nos desafia e que, para uns e para outros, não passa de louco e endemoninhado, apesar da multidão que O segue e persegue, a ponto de nem tempo Lhe dar para comer.Como na nossa vida, também na vida de Jesus há momentos de solidão, incompreensão e amargura, mas nunca de desânimo e desistência, porque sabe que só vence e é verdadeiramente feliz quem faz a vontade do Pai. E Jesus bem o sabia por experiência. P. Fausto in Diálogo nº.1872 (Domingo X do Tempo Comum- Ano...

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Cura ao sábado

De sábado fala hoje a primeira leitura e o Evangelho. O sábado, o dom mais precioso e original de Israel, tornou–se a norma que marca o ritmo de trabalho e de festa, o ritmo septenário do homem e de Deus, de tal modo respeitado, que não permitia qualquer tipo de actividade, nem sequer acender o lume ou levar o gado a beber.Por ser tão sagrado, colher espigas ao sábado para matar a fome, como fez David e os seus companheiros, ou curar a mão do homem, como Jesus fez na sinagoga, eram infracções graves à santidade do sábado e razão para o escândalo dos fariseus.Ao curar a mão do homem num sábado, Jesus não se insurge apenas com as excentricidades jurídicas e religiosas, então em vigor, mas, ao proclamar o primado da pessoa humana, mesmo doente e frágil, anuncia-se como Senhor do sábado e reconhece que veio ao mundo para estar sempre ao lado dos doentes, dos pobres e dos servos. Nunca da lei. Para escândalo de todos. P. Fausto in Diálogo nº. 1871 (Domingo IX do Tempo Comum – Ano...

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“Deus Uno e Trino”

Depois do Pentecostes, evocamos neste primeiro domingo o mistério fundamental da fé, o Mistério da Santíssima Trindade.Foi Jesus quem nos revelou o mistério da vida divina. Falou-nos do Pai que nos ama e quer ver felizes; Ele próprio se apresentou como Filho, o enviado do Pai e anunciou a vinda do Espírito Santo, que viria continuar a Sua obra, e, ao subir ao Céu, não podia ser mais claro, ao confiar a missão aos discípulos.O Evangelho sobre a Trindade não apresenta fórmulas, mas apenas um breve relato do que se passou num monte da Galileia, ainda com dúvidas por parte de alguns discípulos. Contudo as dúvidas não detêm o Senhor de se aproximar e confiar-lhes o mandato de ensinar e baptizar todas as nações “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo“. Sem sermões, recriminações ou censuras, deixa uma certeza: “Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos”.Deste mesmo mandato somos nós, hoje, responsáveis, graças ao Espírito Santo, que nos foi enviado pelo Pai e por Seu Filho, Jesus Cristo. P. Fausto in Diálogo nº- 1870 (Solenidade da Santíssima Trindade – Ano...

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Graças ao Espírito Santo

Com a solenidade do Pentecostes termina o Tempo Pascal, período de cinquenta dias, em que celebramos em ambiente de alegria a glória de Cristo Ressuscitado e recordamos a vida das primeiras comunidades cristãs.Hoje, à luz da Páscoa, evocamos o Dom do Espírito Santo, “o grande desconhecido”, como considerava S. Paulo VI, que Jesus prometera aos seus discípulos, ainda impreparados para a missão.Apesar da intensa e longa catequese e dos encontros semanais depois da Ressurreição, Jesus não teve a pretensão de dizer tudo aos discípulos, não porque não soubesse, mas, por respeito aos que escolhera, deixa ao Espírito Santo a tarefa da verdade plena.Para a missão não bastam saberes e só o Espírito Santo, como Dom do Pai e do Filho, dá força, coragem e intrepidez proféticas e põe fogo no coração daquele punhado de homens e mulheres, fazendo-lhes abrir as portas de casa para darem início à Missão, com redobrado alento e largueza de horizontes. E nunca mais foram os mesmos. Sem medos, nem cálculos, “partiram a pregar por toda a parte”. A nós cabe fazer o mesmo. Graças ao Espírito Santo. P. Fausto in Diálogo nº. 1869 (Solenidade do Pentecostes – Ano...

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Todos em Missão !

Na solenidade da Ascensão do Senhor, segundo S. Marcos, parece que Jesus tem pressa de fazer chegar ao coração de toda a criatura a novidade radiosa do Evangelho, ao confiar tão ingente tarefa a um grupo de onze homens, porventura amedrontados e confusos, e apoiados por um grupo de mulheres corajosas e fiéis. Continuam limitados, é verdade, mas a Graça torna-os alicerces inabaláveis e continuadores intrépidos do projecto de salvação, para toda a humanidade.Hoje, apesar das imperfeições e de a nossa fé ser frágil, cabe a cada um de nós a missão, então confiada aos Apóstolos, de anunciar o Evangelho. Anunciar Jesus Cristo. Nada mais. Com a certeza consoladora da Sua presença, até ao fim dos tempos.É esta certeza que torna feliz a “despedida”, que a Igreja celebra na solenidade da Ascensão, que não é desistência e afastamento, mas forma nova de presença atenta, permanente e não menos eficaz de Jesus. “E eles partiram a pregar por toda a parte”. A nós cabe, hoje, simplesmente, continuar a mesma obra. P. Fausto in Diálogo nº. 1868 (Solenidade da Ascensão do Senhor – Ano...

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