“Fazei tudo o que Ele vos disser”

É curioso que S. João ponha Jesus no princípio da sua vida publica a participar numa longa festa em Caná. E logo num casamento, que demorava, segundo os costumes, alguns dias!Com este acontecimento o evangelista quer-nos revelar, antes de mais, que Jesus é o rosto e a presença de um Deus que aprova, aprecia e compraz-se com a alegria dos homens. É um Deus de festa… e quando no casamento falta o vinho, elemento indispensável na mesa festiva, acolhe, sem reparos nem resistências, a observação de Sua Mãe, sempre atenta, delicada e discreta: “Não têm vinho”. E da “falta de vinho”, na nossa vida concreta, não estamos livres!E sempre que ao longo da vida nos faltar aquele “vinho” de alegria, de paixão, de entusiasmo, de vitalidade, de frescura, que dá qualidade e sabor mesmo às pequenas coisas… que fazer?O Evangelho parece sugerir-nos uma frase de Maria, Mãe de Jesus, também Ela convidada para a festa e sempre atenta e de nós próxima: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. E os serventes fizeram. E houve vinho em abundância e muito bom. E a alegria voltou ao rosto e ao coração de todos os convivas. P. Fausto in Diálogo nº. 1897 (Domingo II do Tempo Comum – Ano...

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“Tu és meu Filho”

Neste domingo, a seguir à Epifania, celebramos a festa do Baptismo de Jesus, com que se encerra o ciclo das manifestações do Senhor, que principiaram com a solenidade do Natal.E “o céu abriu-se, enquanto orava”, e uma voz se fez ouvir: “Tu és o meu Filho muito amado; em Ti pus toda a minha complacência” . O Pai dá testemunho do Filho e o Espírito Santo manifesta-se em forma sensível. E João Baptista atesta tudo isto.Com esta revelação, o Senhor inaugura o Seu ministério no meio dos homens e a Igreja faz-nos passar da celebração das festas natalícias à contemplação global do mistério de Cristo, que celebramos ao longo do ano. E será S. Lucas, o Evangelista da Misericórdia, a ajudar-nos a celebrar e a viver este ano jubilar da Esperança, em que nos propomos ser Comunidade mais Eucarística, mais Mariana e mais Samaritana. P. Fausto in Diálogo nº. 1896 (Festa do Baptismo do Senhor – Ano...

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“E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós”

Assim escreve S. João no seu Evangelho, proclamado em dia de Natal.Se no princípio Deus cria o homem do pó da terra, em Belém Deus revela-se menino que sorri e chora, verdadeira carne como a nossa, porque criador e criatura estão enlaçados de tal modo que, naquele recém-nascido, homem e Deus são uma e mesma pessoa, a quem foi posto o nome de Jesus.O Menino-Deus, nascido em Belém, apesar de muitas vezes e modos anunciado, e por poucos, então, reconhecido, continua a ser para muitos desconhecido, estorvo, objecto decorativo e até mero produto de mentes insanas, mas não deixa de ser reconhecido e adorado pelos Magos que, vindos de longe e vencidas mil dificuldades, O adoram e oferecem os seus presentes.Buscar Deus não é fácil e chegar a Belém é grande desafio e comporta riscos. Há momentos de ânimo e desânimo, mas, não tendo as dificuldades abalado a fidelidade dos Magos, antes estimulado a prosseguirem a sua caminhada ao encontro do Menino, a certeza de que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” nos alenta e desafia a caminhos sempre renovados de esperança jubilosa. P. Fausto in Diálogo nº. 1895 (Solenidade da Epifania do Senhor – Ano...

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O segredo da “Família de Nazaré”

Ainda fresco o anúncio dos Anjos aos pastores e já celebramos festivamente neste Domingo a Sagrada Família de Nazaré, fonte inspiradora e modelo acabado para todas as famílias, em qualquer tempo e circunstância.Terminada a peregrinação anual a Jerusalém, pela Páscoa, Maria e José, de volta a casa, dão-se conta da ausência de Jesus e procuram-no ansiosamente por toda a parte. Só ao terceiro dia O encontram no templo a dialogar, apesar dos seus 12 anos, com os doutores.No coração de Maria e José a angústia dá lugar ao assombro e admiração, sem passar pela reprovação e castigo. Maria não censura Jesus, mas quer compreender e pergunta: “Filho, porque procedeste assim connosco?”Belíssimo modelo de diálogo, sem ressentimentos, que sabe interrogar sem acusar, mas que também sabe aceitar uma resposta incompreensível e guardá-la no íntimo do coração: “Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai?”Que diz a Sagrada Família de Nazaré, que experimentou momentos de crise e de angústia como este, às nossas famílias, com tantas fragilidades e sonhos? Diz, sem dúvida, que a vocação à família é santa como a do sacerdócio, como a da vida consagrada religiosa ou secular ou como a de um monje ou monja na sua clausura. Basta que apenas nos mova o Amor, como na Família Sagrada de Nazaré. P. Fausto in Diálogo nº. 1894 (Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José – Ano...

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Feliz e Santo Natal

Quase na véspera do Natal, o Evangelho deste quarto domingo do Advento é protagonizado por duas mulheres, ambas habitadas por filhos inexplicáveis. Duas mulheres, Maria e Isabel, uma virgem e jovem e outra estéril e idosa, ambas grávidas de modo humanamente impossível. De facto, a Deus nada é impossível, como dissera o Anjo na Anunciação.Vendo bem, no encontro destas duas mulheres, só possível por iniciativa de Maria e acolhimento da prima Isabel, temos tudo o que desejamos para que o Natal seja Feliz e Santo: Encontro, Comunhão, Serviço, Paz, Alegria, Vida. Deus. Tudo em contexto familiar.Que mais precisamos? Claro que não temos tudo quanto desejaríamos, mas, com Deus no coração e a protecção de Maria e José, teremos o fundamental para que o Natal seja Santo e Feliz.É o que desejo muito sinceramente a todos os Paroquianos e seus Familiares. P. Fausto in Diálogo nº. 1893 (Domingo IV do Advento – Ano...

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Quem tem dê…

Neste 3° Domingo do Advento a nossa atenção vai para João Baptista. E com razão. Trata-se de alguém, sem eira nem beira, a viver no deserto e a alimentar-se pobremente. A viver sozinho nas margens do rio Jordão, toda a gente o quer ouvir, mesmo se o assunto é de futuro: “Que devemos fazer?”E cada um regressa com respostas concretas e diferenciadas, ainda actuais para cada um de nós: “quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo”. Mas também vinham publicanos, e até soldados, buscar a João conselhos para se tornarem pessoas de bem. E ninguém ficava indiferente ou trazia, de volta, o coração vazio.Quem tem dê, instava João, e ainda hoje, mas dê Bom e com Validade. Os pobres também são pessoas, igualmente dignas e tão amadas por Deus quanto nós. P. Fausto in Diálogo nº, 1892 (Domingo III do Advento – Ano...

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Avé Cheia de Graça!

Neste ano celebramos no 2° Domingo do Advento a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, padroeira de Portugal e titular da nossa Paróquia. É festa de Maria, é festa da Igreja à qual Ela pertence também. É festa de todos nós.No Evangelho, com a saudação do Anjo que, da parte de Deus, proclama Maria cheia de graça, encontramos a explicação do privilégio apenas a Ela concedido de ser Imaculada, desde a Sua Conceição.Todos os dias nos associamos a esta mensagem, saudando a “cheia de graça” e pedindo-lhe que nos assista na vida e na hora da morte. É a maneira mais simples que os cristãos têm de manifestar a sua devoção e confiança em Nossa Senhora, não esquecendo, porém, que a devoção mais verdadeira será imitá-La na fidelidade em aceitar a Palavra de Deus e em pô-la em prática na nossa vida. P. Fausto in Diálogo nº. 1891 (Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria (II Domingo do Advento) – Ano...

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“Tende cuidado…”

O Evangelho do primeiro domingo do Advento pinta-nos um quadro bem escuro, deveras dramático e agreste, com terramotos, fomes e guerras. Virão coisas terríveis é verdade – todos os dias acontecem – mas haverá uma altura em que tudo há-de ruir estrondosamente, mas não é o fim, porque “Então hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória”.Os discípulos interrogam-se sobre “Quando acontecerão estas coisas”, mas Jesus, em vez de responder, mostra como esperá-las e continua: “Erguei-vos e levantai a cabeça. Tende cuidado convosco… Vigiai e orai em todo o tempo”. E este é o nosso tempo a viver em jubilosa esperança e atenção à vida dos outros e à nossa própria.O Senhor que há-de vir julgar-nos em poder e glória é o mesmo que nasceu em Belém para ser o nosso Salvador. E porque é Salvador cuida de nós, mesmo quando O encaramos como Juiz. P. Fausto in Diálogo nº. 1890 (Domingo I do Advento – Ano...

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“Eis o homem”

No Evangelho de hoje, último Domingo do ano litúrgico e solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, assistimos a parte do julgamento de Jesus, em plena Semana da Paixão. Dois personagens, dois poderes, o do medo e o da liberdade, um diante do outro.Pilatos, sentado e cercado de legionários armados, age por medo. Do outro lado, Jesus, de pé e desarmado porque não crê na força, mas no amor, mostra, sem servilismos, o rosto da coragem e da serenidade, mesmo diante de quem pode decretar a sua morte. É ele mesmo até ao fim, porque a verdade o torna livre!À pergunta “Então tu és rei”, responde Jesus, sem rodeios: “É como dizes: sou Rei”, mas não tenhas medo, Pilatos, “porque o meu Reino é completamente diferente, não é deste mundo”. Vê que estou só e desarmado, nada mais tenho que a roupa vestida e nem sequer tenho onde repousar a cabeça.De facto, “O meu reino não é daqui”. A tua lógica, o teu ADN, como nos demais reinos, é o poder e o dinheiro, e, sem olhar a meios, o que importa é combater para vencer, ao passo que Eu venho propor algo absolutamente diferente, “porque não vim ao mundo para ser servido, mas para servir”.Não sabemos se Pilatos entendeu Jesus, mas ao apresentá-lo na varanda da praça a todo o universo, não teve outra expressão senão “Eis o homem”, como quem diz: o verdadeiro homem, o mais autêntico dos homens, o homem mais digno de ser rei. P. Fausto in Diálogo nº. 1889 (Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo – Ano...

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Nunca estamos sós

Preocupados justamente com as alterações climáticas, o Evangelho de hoje descreve-nos, ao jeito de S. Marcos, um grande abalo cósmico. Não o faz para meter medo, mas para nos dizer claramente que o mundo é frágil e está em constante mudança até ao final.Também nas instituições, nas famílias e em nós próprios, há um mundo que morre e outro que nasce. Mas nada se realiza ao acaso.Apesar de dramático e trágico, o fim do mundo não nos revela um rosto de Deus perverso, rancoroso, vingativo e cruel, mas uma certeza consoladora: “Quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do Homem está perto, está mesmo à porta”.É de Deus a última palavra que nos garante que nunca estamos sós e que o fim do mundo não é o fim, mas apenas o princípio do fim sem fim. É isto que nos dá alento e asas à nossa Esperança. P. Fausto in Diálogo nº. 1888 (Domingo XXXIII do Tempo Comum – Ano...

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