O encontro de Jesus neste domingo não é com fariseus, saduceus ou doutores da lei, homens instruídos e influentes, mas com uma mulher, samaritana, sem grandes letras, e de vida sombria e castigada. Não era de doutrina o assunto de conversa, mas simplesmente de água, de que ambos tanto necessitavam.
No caminho longo e penoso para Jerusalém ficava o Poço de Jacob, perto de Sicar, em pleno coração da Samaria, verdadeira graça, aproveitada pelos passantes para matar a sede. Assim aconteceu hoje com Jesus que, sentado na borda do poço, aguardava pacientemente a chegada de alguém com um balde, para se poder saciar. Era meio dia, o sol queimava e nada previa o encontro de Jesus com uma samaritana.
O encontro foi admirável porque, a partir dum simples pedido de água para beber, Jesus fez jorrar no coração daquela mulher, ressequido pela vida, uma tal sede de “Água Viva”, que a tornou apóstola junto dos seus e animadora da primeira comunidade de “adoradores do Pai”, em terra estrangeira.
Verdadeiro mestre em humanidade, Jesus oferece-nos neste encontro o mais completo e actual manual de procedimentos, capaz de tornar fraterna e feliz, apesar das diferenças, a nossa relação com os outros.
P. Fausto
in Diálogo 1692 (III Domingo da Quaresma – Ano A)
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