No domingo em que as crianças do 3º ano da catequese da nossa paróquia celebram a sua Primeira Comunhão, entendemos a oportunidade desta pergunta.
Referindo-nos aqui à questão apenas da comunhão do Corpo de Cristo, há dois modos de O receber: na boca ou na mão. É fundamental não esquecer que em ambos os casos a Comunhão deve manifestar o profundo respeito para com a presença real de Cristo na Eucaristia, que é fonte de toda a graça e remissão dos pecados. Por isso, os fiéis que tencionam receber o Corpo do Senhor, para alcançarem os frutos do sacramento pascal, devem aproximar-se dele de consciência pura e com as devidas disposições de espírito.
Até ao século X a comunhão na mão era a forma generalizada de comungar na Igreja. Muitos Padres da Igreja, por exemplo S. Cirilo de Jerusalém, no século IV, atestam-no nas suas catequeses e escritos. A partir do século X, o aparecimento de hóstias pequenas e a substituição do pão comum pelo pão ázimo contribuíram certamente para uma mudança do rito determinada, por exemplo, no Concílio de Ruen (878). E a comunhão na boca passou, então, a figurar como a mais comum.
As orientações da Igreja, sobretudo a partir do Vaticano II, são claras: cabe ao fiel a decisão sobre o modo de comungar. A reverência e o respeito à Santíssima Eucaristia não depende da opção de comungar na mão ou na boca.
Para os que optam (sublinhe-se esta opção) por comungar na mão, deve recordar-se qual o modo mais correto de o fazer. O fiel aproximando-se do ministro da comunhão deve pôr a mão esquerda sobre a direita; depois deve acolher o anúncio “O Corpo de Cristo” e responder-lhe convictamente “Amen”. E recebendo da Igreja, pelos seus ministros, o Pão Eucarístico, ainda voltado para quem Lho entregou comunga.
* continuamos a aguardar as vossas questões em doisdedosdeliturgia@gmail.com
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