Com a quaresma a meio, a antífona de entrada da Missa deste domingo é um poderoso convite à alegria: “Alegra-te, Jerusalém! E vós todos que a amais… regozijai-vos”. Jerusalém, sabemo-lo, é a Igreja; somos todos e cada um.
O nosso Deus, como Isaías sugere, é o Deus que preza a Alegria, que não desiste de nos ver felizes e nos destina à felicidade e, apesar das dificuldades que frequentemente nos possam roubar as razões para sorrir, a verdade é que ninguém nos pode roubar a alegria que vem de descobrirmos em Cristo o sentido da nossa vida e de fazer de cada domingo uma festa, celebrando o Mistério Pascal do Senhor.
Além de alegre, Deus diz-nos hoje que é um apaixonado da humildade e discrição e está infinitamente atento ao que se passa no mais íntimo de cada um. Ama todos, mas os últimos, que não têm os holofotes sobre si, nem dão nas vistas pelo aspecto, pela carteira ou posição social, são os seus predilectos, os seus escolhidos.
Como outrora, também hoje, Deus não se deixa enganar pelas aparências mas vê enternecidamente o coração, porque é o terreno mais fértil para o florescimento da bondade, da justiça e da verdade, que são belas expressões duma vida iluminada, como deve ser a de qualquer cristão.
Porque todos temos disfarces, aproveitemos estas semanas que faltam para a Páscoa para nos deixarmos iluminar por Cristo, para que à semelhança do cego miraculado do Evangelho seja mais forte e convicto o nosso testemunho, profunda a nossa fé, coerente e alegre a nossa vida.
P. Fausto
in diálogo 1420 (Domingo IV da Quaresma – Ano A)
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