Sim, “Quando tiverdes feito tudo, dizei: Somos servos inúteis”, assim se exprime Jesus numa das catequeses aos discípulos, em linguagem que nos surpreende e nos pode desorientar se for mal compreendida.
Para Jesus são “servos inúteis” não aqueles que não valem nem servem para nada, mas aqueles que não estão à espera de qualquer compensação ou vantagem ou recompensa pelo que fazem, servos sem reivindicações, sem pretensões, sem segundas intenções.
Fé verdadeira não é fazer voar árvores para o mar. Jesus nunca o fez. Fé verdadeira consiste em servir não por mérito ou castigo, como as crianças; não por sanções ou recompensas, como os medrosos, mas apenas por livre e puro amor. Desinteressadamente. Como Deus.
Bem compreende estas coisas Santa Teresa de Calcutá, quando diz às suas monjas, “No nosso serviço não contam os resultados, mas o que de amor se põe naquilo que se faz. O serviço é mais verdadeiro, mais importante do que a utilidade que dele resulta”.
Porque é tão difícil viver assim e chegar aqui, vamos-nos contentando em pedir ao Senhor que aumente a nossa fé, nem que seja como um grãozinho de mostarda.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1925 (Domingo XXVII do Tempo Comum – Ano C)
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