No Domingo passado, o segundo da Páscoa, os discípulos, ainda fechados em casa, receberam a visita de Jesus, que teve para com Tomé uma especial atenção. Hoje, aparece na praia e convida os discípulos, cansados de uma faina sem sucesso, para a refeição. Desta vez, porém, havia uma surpresa para Pedro.
“Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?” Por três vezes, a pergunta lhe fora feita, na presença de todos. Pedro não resistiu, e, de lágrimas nos olhos, não soube senão responder: “Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo”. E mais não disse.
Três perguntas, como na noite da traição, à volta da fogueira, no pátio de Caifás e, agora, da parte de Pedro, três declarações de amor. Sem acusações ou censuras, nem sequer um pedido de explicações, Jesus quer ajudar Pedro a descobrir que só o Amor justifica o serviço de confirmar os irmãos na fé e pastorear o Seu rebanho.
Ao escolher Pedro, que certamente não era o mais santo e preparado para a missão, Jesus garante-nos que capacita sempre aqueles que chama, e que a santidade não consiste em nunca ter pecado, mas em renovar permanentemente o amor e a fidelidade a Jesus Cristo. Assim, a esta luz, alegra-nos e comove-nos saber que o Céu não está cheio de pessoas que nunca pecaram, mas de pecadores arrependidos e perdoados.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1912 (Domingo III da Páscoa – ano C)
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