O medo dos judeus leva os discípulos a trancarem-se em casa, desde muito cedo. Nada disto, porém, impede Jesus de aparecer no meio deles, na tarde do primeiro dia da semana. E depois de os saudar, “mostrou-lhes as mãos e o lado”. É Ele mesmo, não há dúvida, concluem, o Amigo Crucificado de sexta feira é o Ressuscitado que os visita.
Tomé, porém, estava ausente e resistia ao testemunho radiante e feliz dos discípulos. Oito dias depois, chegou a sua vez: “Aproxima a tua mão e mete-a no meu lado e não sejas incrédulo mas crente”. Tomé, rende-se e passa da incredulidade ao êxtase: “meu Senhor e meu Deus”.
A Ressurreição não fechou a ferida do lado, nem as das mãos e dos pés, porque a Páscoa não é a eliminação da Cruz, mas a sua consequência jubilosa, o seu fruto maduro.
Bendita dúvida que, ao garantir que Jesus continua a vir ao nosso encontro sem violência e com toda a paciência, dá ao 2° Domingo da Páscoa a suavidade e a certeza da infinita Misericórdia do nosso Deus.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1911 (Domingo II da Páscoa – Divina Misericórdia – Ano C)
Comentários recentes