Jesus, senhor de uma palavra viva e sempre adaptada aos ouvintes, para chamar a atenção para as incoerências do nosso modo de proceder e convidar-nos a ser clarividentes na prática do bem, recorre a imagens simples da vida quotidiana, como o cego, guia de cegos, e a da trave e do argueiro.
A imagem do cego faz-nos pensar na grave responsabilidade de quem tem a missão de informar e formar, porque não precisa apenas de saber o caminho e as normas do bom guia mas de viver de acordo com elas. De contrário, fica-se pelos bons conselhos e, quanto ao resto, “olha para o que eu digo, não olhes para o que faço”.
Quanto à imagem do argueiro e da trave, ela pede-nos sinceridade e coerência connosco e com o próximo. De outro modo, merecemos justamente a repreensão do Mestre, que não hesita em chamar hipócritas àqueles que pensam que não têm telhados de vidro e pés de barro e se preocupam em denunciar o argueiro nos olhos dos outros esquecendo a trave que têm nos seus.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1903 (Domingo VIII do Tempo Comum – Ano C)
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