Foi no seio da minha família e paróquia em Benfica que fui crescendo na Fé e de modo especial na Catequese e no Grupo de Jovens. Foi na paróquia onde me sentia em casa que foi surgindo em mim a questão vocacional, primeiro sobre a questão “E se Deus me chama a ser freira?” e mais tarde, devido à ausência de resposta, pela crescente consciência de que as missões que ia assumindo na paróquia – Catequista, Animadora do Grupo de Jovens, Coro dos jovens – me iam enchendo o coração e me faziam sentir realizada – faziam-me Feliz!
Apesar da questão vocacional ter surgido ainda no secundário, foi só no final do mestrado em Eng. Alimentar, e durante o primeiro ano de trabalho que, ao perceber que esta não se ia embora sozinha, “pus os pés ao caminho”. No entanto, ao longo desses anos de fuga ao discernimento vocacional, a dimensão da vontade de Deus foi sempre uma bússola que me foi guiando nas pequenas coisas do dia a dia, excepto quando esta chocava fortemente com a minha. O que era o caso, eu não queria ser freira, mas “e se… o Senhor me chamasse?”. Foi nesta luta que percebi que só saberia a resposta se ousasse largar tudo para O seguir e ver de perto o que era afinal essa “estranha forma de vida” que me incomodava tanto.
E assim foi, larguei o trabalho no qual me veria a ser feliz a vida toda, a minha paróquia onde me sentia em casa, a minha família onde vivia feliz, tudo para saber se o Senhor me chamava ou não à vida religiosa. Ao longo do caminho de discernimento acabei por descobrir que afinal ser freira não era nada do que eu imaginava, e de que a luta que tinha dentro era com base numa ideia que não era real, portanto esta não tinha sentido, e hoje sou Serva de Nossa Senhora de Fátima.
Ao longo deste caminho vou descobrindo que a vida consagrada, na qual se inclui a vida religiosa, é especialmente a procura por viver a vontade de Deus a cada instante com a totalidade do meu ser e da minha vida.
M Carmo Aragão, SNSF
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