No Evangelho de hoje, último Domingo do ano litúrgico e solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, assistimos a parte do julgamento de Jesus, em plena Semana da Paixão. Dois personagens, dois poderes, o do medo e o da liberdade, um diante do outro.
Pilatos, sentado e cercado de legionários armados, age por medo. Do outro lado, Jesus, de pé e desarmado porque não crê na força, mas no amor, mostra, sem servilismos, o rosto da coragem e da serenidade, mesmo diante de quem pode decretar a sua morte. É ele mesmo até ao fim, porque a verdade o torna livre!
À pergunta “Então tu és rei”, responde Jesus, sem rodeios: “É como dizes: sou Rei”, mas não tenhas medo, Pilatos, “porque o meu Reino é completamente diferente, não é deste mundo”. Vê que estou só e desarmado, nada mais tenho que a roupa vestida e nem sequer tenho onde repousar a cabeça.
De facto, “O meu reino não é daqui”. A tua lógica, o teu ADN, como nos demais reinos, é o poder e o dinheiro, e, sem olhar a meios, o que importa é combater para vencer, ao passo que Eu venho propor algo absolutamente diferente, “porque não vim ao mundo para ser servido, mas para servir”.
Não sabemos se Pilatos entendeu Jesus, mas ao apresentá-lo na varanda da praça a todo o universo, não teve outra expressão senão “Eis o homem”, como quem diz: o verdadeiro homem, o mais autêntico dos homens, o homem mais digno de ser rei.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1889 (Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo – Ano B)
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