Jesus nunca virou as costas e deixou de atender quem quer fosse. Hoje ia a sair de Jericó, em direcção a
Jerusalém, rodeado por muita gente, quando ouviu alguém a gritar com plenos pulmões: “Jesus, Filho de
David, tem piedade de mim”. Tratava-se de um cego, pobre e sentado na berma da estrada, chamado
Bartimeu.
Era grande e ruidosa a multidão, mas ninguém o faz calar: “Filho de David, tem piedade de mim”. Jesus,
sempre atento ao que se passa, pára e manda-o chamar. E tudo se transforma. De um salto, e atirando fora a capa em que enrolava o seu pobre corpo, precipita-se para a voz que o chama. Vai sem ver, mas sabe que caminha na direcção certa.
Com a atenção dada ao cego, pobre e desanimado Bartimeu, Jesus parece querer dizer-nos, no princípio
deste ano pastoral, que o gemido de quem está mal, o lamento dos pobres, a solidão dos idosos e o olhar triste e ausente dos sem esperança, também são Palavra de Deus, que importa ouvir e responder de forma articulada, criativa e eficaz.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1885 (Domingo XXX do Tempo Comum – Ano B)
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