Apesar de numerosas e pacíficas, algumas catequeses de Jesus foram tensas e polémicas. Não estranhemos, pois, que, hoje, alguns fariseus se tenham aproximado de Jesus “para o porem à prova”, sobre um assunto consensual e juridicamente fundamentado em lei dos tempos de Moisés: “Pode ou não um homem repudiar a sua mulher?”
Pressentindo as suas intenções, Jesus não foge à questão e passa a lembrar-lhes o sonho de Deus, já expresso no Livro do Génesis: “Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne… Portanto, não separe o homem o que Deus uniu”.
O sonho de Deus são os dois que se procuram, os dois que se encontram, os dois que se amam e que se tornam uma só carne. E crescem juntos, lado a lado, com dificuldades e com alegrias, assumindo as diferenças como riqueza na realização de um projeto de comunhão crescente de duas liberdades que não se demitem nem desistem. Assim sendo, na realização deste sonho, não há para o homem ou para a mulher lugar ao divórcio.
Não sabemos se a catequese convenceu os fariseus, mas foi uma oportunidade óptima para Jesus expôr o sonho de felicidade, que Deus oferece a quem é chamado à aventura da Comunhão Conjugal.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1882 (Domingo XXVII do Tempo Comum – Ano B)
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