Numa das últimas caminhadas com os seus melhores amigos, Jesus confidencia algo vital: “O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens e eles vão matá-lo”. Os discípulos, porém, em vez de acolherem e partilharem este drama, falam de carreiras, e, completamente desinteressados da partilha dramática de Jesus, discutem sobre “qual deles era o maior”.
Qualquer um de nós, além de triste e desiludido, ficaria ofendido com tal situação. Mas Jesus não se ofende, não acusa, não censura os discípulos e sabe, pela reacção de Pedro, no domingo passado, que os discípulos ainda não estão maduros para aceitar e compreender o sofrimento e a morte do Messias, nem a regra de ouro do Mestre: “Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos”.
Apesar de tudo, Jesus não omite nem se cala nesta matéria, porque não quer seguidores incautos, desprevenidos e carreiristas, mas discípulos generosos, humildes e conscientes, sempre dispostos a aprender como as crianças, e a resistir à tentação das luzes da ribalta ou do púlpito mais alto para serem mais vistos e melhor ouvidos.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1880 (Domingo XXV do Tempo Comum – Ano B)
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