Sempre houve pessoas extraordinárias, carismáticas, reconhecidamente proféticas. A profecia de cada baptizado, porém, é a chamada profecia do quotidiano, exercida na família, na profissão, no contexto em que se vive, e não depende do grau de instrução ou da posição social, mas sim de um coração generoso, de uma consciência reta e de um grande amor à verdade.
Os habitantes de Nazaré, embora reconhecendo a sabedoria e o discurso de Jesus e os Seus feitos admiráveis, não Lhe dão valor, incapazes de ultrapassar os preconceitos familiares e a humildade profissional que os calos das mãos revelavam. É que o Messias não podia vir de uma família em tudo igual às demais, conhecida por todos, e apresentar-se com mãos de carpinteiro. “E ficavam perplexos a seu respeito”.
O que para nós é graça leva os nazarenos à rejeição, que, honestamente, Jesus não esperava dos seus conterrâneos, mas nem isso O demoveu de curar alguns doentes, apesar de estranhar “a falta de fé daquela gente”.
“E percorria as aldeias dos arredores, ensinando”. Assim termina o Evangelho deste XIV Domingo do Tempo Comum, segundo S. Marcos, a dizer-nos que Jesus, o Filho de Deus, apesar dos revezes, não castiga, não se cansa de anunciar a Boa Nova, não desiste de nós e não alimenta rancores de ninguém.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1876 (Domingo XIV do Tempo Comum – Ano B)
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