O cap. XIII de S. Mateus continua a surpreender-nos com as Catequeses de Jesus, à beira mar, rodeado por grande número de pessoas. Como no domingo passado, também o assunto é relativo à vida do campo.
Desta feita, o lavrador prepara a terra e esmera-se na sementeira, com expectativas de boa colheita, mas, apesar dos cuidados, aparecem no meio do trigo, larica, papoilas e outras ervas não semeadas.
E agora, que fazer? Os servos propõem-se arrancar as ervas daninhas e o lavrador não aprova e recomenda calma, “porque correríeis o risco de arrancar também o trigo”.
Dois modos de ser e proceder: Os servos vêem, antes de mais, as ervas daninhas e o lavrador vê em primeiro lugar o trigo.
Para os de coração áspero, intolerante e farisaico, face aos defeitos e asneiras…, a atitude é “cortar o mal pela raiz”; para Deus, pelo contrário, a não violência, pacientemente assumida, é a atitude recomendada para se fazer caminho e superar fragilidades. Até à colheita.
A vida não é linha recta, sem curvas e sempre a subir e tem escolhos, zonas cinzentas e até escuras. Tem de tudo. Não há homens sem joio, sem defeitos, mas são justos aqueles que se esforçam por cobrir o mal com o bem que fazem, mesmo pecando “sete vezes ao dia”.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1834 (Domingo XVI do Tempo Comum – Ano A)
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