Jesus e o cego de nascença

Neste quarto domingo da Quaresma encontramos Jesus em Jerusalém com um cego de nascença, e, sem ser rogado, toca-o e manda lavar os olhos na piscina de Siloé. E ele foi. E ficou curado e livre.
Na verdade, quem vê sente-se seguro e livre, distingue as cores, aprecia as flores e as árvores, vê as pessoas com sorrisos e lágrimas; ao contrário, o cego, sempre inseguro, depende de um ombro amigo, de um muro sólido, de uma mão generosa, de uma bengala forte que o ajude a caminhar.
Jesus, compadecido, aproxima-se, e, sem explicações, toca este cego, cuja presença foi por todos ignorada, e cura-o, apesar de ser sábado.
Ninguém deu por nada, nem se alegrou pelos “olhos novos” do que fora cego de nascença, a não ser os fariseus a quem apenas importava a observância das leis, especialmente a do sábado, incapazes de compreender que a glória de Deus não está no cumprimento dos preceitos, mas no homem vivo e feliz.
Os fariseus, pensando e agindo assim, ficam para a história como alguém que pode ser muito praticante e escrupuloso cumpridor das normas, ocupar cargos de responsabilidade na comunidade e até “administrar” o sagrado, mas ser “analfabeto de coração”, por não ter piedade nem compaixão.
Para Deus, revelado em Jesus Cristo, o homem não é criado para a lei, ainda que seja a de sábado, mas para ser Livre e Feliz. E sê-lo-á tanto mais, quanto melhor conjugar o verbo Servir.

P. Fausto

in Diálogo nº1816 (Domingo IV da Quaresma – Ano A)

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado.

* Copy This Password *

* Type Or Paste Password Here *