“Vou partir, mas voltarei”

O tempo está a esgotar-se, mas Jesus não tem pressa. Ele faz em cada momento o que deve, isto é, a vontade do Pai. Já lá vão seis semanas que ressuscitou e o mais importante está conseguido: “recuperar” o grupo dos discípulos. Atingido plenamente este objectivo, graças aos encontros que, no primeiro dia de cada semana, lhes proporcionou, a tarefa, agora, é preparar a Sua partida eminente.
Não parece que Jesus esteja preocupado com “a matéria” que deixou por dar… Propositadamente não disse tudo, mas disse tudo o que os discipulos podiam acolher. Não quis mesmo ter a última palavra. Deixou-a ao Espírito Santo e aos Apóstolos. Então e hoje também.
Preocupou-se, isso sim, em dar-lhes, e a todos nós, a Sua Paz e a tarefa de a construirmos, na fidelidade à Palavra e ao Espírito Santo, com a garantia solene de que a Sua partida não é fracasso, desistência ou desinteresse, mas presença ainda mais íntima, inspiradora e permanente: “Não se perturbe nem se intimide o vosso coração… Vou partir, mas voltarei para junto de vós”.
Ao desconforto compreensível de qualquer partida, Jesus contrapõe a Paz e a Alegria próprias de quem vive em comunhão com Deus, com os outros e consigo mesmo. Apesar das crises e tribulações.

P. Fausto

in Diálogo nº. 1781 (Domingo VI da Páscoa – Ano C)

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