Com as imagens fortes do fogo e do machado, João Baptista não pretende semear medos. Ele bem sabe que o medo não leva a lado henhum, não liberta do mal e não será também por medo que o leão há-de comer feno e o lobo conviver com o cordeiro.A frase central do Evangelho de hoje é: “Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus”. É porque Deus está perto, que João Baptista, no deserto, dirige palavras talvez ásperas mas oportunas. Tão perto, que veio para ficar e estar connosco. É essa a força que nos move e comove, e que cresce dentro de nós, para construirmos uma sociedade que torne possível a harmonia do lobo e do cordeiro, do menino e da víbora, dos humanos entre si, homens ou mulheres, árabes ou judeus, muçulmanos ou cristãos, brancos ou negros… Esse é o sonho de Deus, que exige de cada um de nós conversão sincera não de aparências e palavras bonitas, mas de factos e compromissos audazes.Não estranhemos, pois, as palavras fortes mas sinceras de João Baptista, que, dirigidas no deserto aos fariseus e saduceus, são válidas também para nós, que nos preparamos para celebrar o Natal de Jesus. P. Fausto in Diálogo nº. 1934 (Domingo II do Advento – Ano...