No passado fim de semana proclamámos densa e intensamente a nossa Fé na Ressurreição dos mortos, ao celebrarmos a solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos Fiéis Defuntos.Passados oito dias, no Evangelho da Missa deste domingo, os saduceus apresentam a Jesus uma história, em tudo bizarra, para ridicularizar a hipótese da ressurreição. Que lhes disse Jesus sobre o assunto, que ainda hoje faz confusão a muitos cristãos?“De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por mulher”?Enquanto os saduceus raciocinam por exclusão, Jesus fá-lo por inclusão. Cada amor verdadeiro que tivermos vivido multiplicar-se-á aos outros nossos amores, sem invejas nem exclusões, sem limites nem nostalgias.Na história do Céu não há lugar para o meu ou para o teu, nem se conjugam os verbos ter ou tomar, porque ninguém será possuído por ninguém.Há muitos cristãos como os saduceus, aos quais a eternidade se afigura pouco interessante, talvez porque seja percebida como duração em vez de intensidade, como diminuição em vez de aumento, como restrição em vez de plenitude, como prolongamento do presente, quando, na verdade, é a forma de vida plenamente realizada em Deus e na plena comunhão com todos, todos, todos os demais.Entretanto, aos nossos olhos, este mistério permanece algo escondido, porque só fora do espaço e do tempo será plenamente revelado, experimentado e celebrado. Eternamente. Até lá vivemos em “jubilosa esperança”. P. Fausto in Diálogo n.º1930 (Festa da Dedicação da Basílica de Latrão – Ano...