Cruz: pesadelo ou salvação ?

Ao aproximarmo-nos da Páscoa, a Liturgia orienta progressivamente os cristãos para a contemplação da Paixão e Ressurreição do Senhor. E bem oportuno se torna num tempo em que a expectativa das pessoas vai mais para as “vacinas” que para a espiritualidade própria da quinta semana da Quaresma.
O Evangelho deste Domingo mostra-nos Jesus em Jerusalém, no templo, poucos dias antes da Paixão. Alguns gentios, porque querem conhecer Jesus, dirigem-se a Filipe e pedem-lhe que os apresente ao Mestre. As circunstâncias, porém, não aconselham entrevistas nem sessões de cumprimentos. A hora é solene e o tempo é escasso. Há que aproveitar a presença da multidão para uma última mensagem: “Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto”.
Nem toda a gente entendeu e se apercebeu da presença de Jesus, mas ficou para a história a mensagem de que nem o sofrimento nem a morte têm a última palavra. A esta luz, apesar da perturbação e desconforto que o sofrimento e a morte provocam, contemplar um crucifixo deixa de ser, para os cristãos, um pesadelo, mas fonte de vida e certeza de salvação.

P. Fausto

in Diálogo n.º1727 (Domingo V da Quaresma – Ano B)

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