“Que hei-de fazer?”

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Habituados a toda a espécie de encontros com Jesus, hoje assistimos a um, pouco habitual, que nos deixou embaraçados. E a Jesus também, a avaliar pela sua reacção à questão posta: “Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?”
Ninguém conhecia o rosto, nem sabia o nome do homem que, ajoelhado diante de Jesus, fazia tal pergunta, sem dúvida importante e determinante para a sua vida e também para cada um de nós.
Jesus olhou-o e indicou-lhe os mínimos: respeita a vida, a tua e a de todos os outros, não te deixes cegar pelo que não tens, vigia o coração e não esqueças que os teus pais merecem todo o apoio, e, além do mais, conheces os mandamentos de Deus.
A resposta do homem não se fez esperar: “Mestre, tudo isto tenho eu cumprido desde a juventude”.
Jesus, reconhecendo estar diante de um homem cumpridor escrupuloso dos mandamentos, remata: “Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-me”.
Ao ouvir tais palavras, o rosto do homem tornou-se sombrio e triste e, de olhos baixos, retirou-se da nossa presença. “Porque era muito rico”, acrescenta S. Marcos. E ninguém mais o viu.
Seguidor permanente das oscilações bolsistas e ancorado numa recheada carteira de títulos…, o homem do Evangelho de hoje não foi capaz de dar uma resposta livre, generosa, audaz e confiante a Jesus, que o desafiava a ser Seu discípulo. Preferiu continuar a ser apenas boa pessoa. Perdeu-se e perdeu tudo.

P. Fausto

in Diálogo 1626 (XXVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B)

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