“…não anda connosco”!

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“Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho, porque ele não anda connosco”. Assim se queixava João a Jesus.
Aos apóstolos não interessava o bem feito aos doentes, mas a defesa do grupo a que pertenciam. Jesus, porém, aproveita a ocasião para lembrar mais uma vez que a pessoa está acima de qualquer instituição e que o bem é sempre bem, venha de onde vier.
A tentação de defender privilégios de grupo, de raça ou religião, também é de hoje e continuamos a assistir ao levantamento de muros e cercas e até a limpezas étnicas…
Esquecemo-nos de que somos todos uns dos outros e habitantes e corresponsáveis desta casa comum que é dada a toda a família humana…
Esquecemo-nos tantas vezes que o Reino de Deus é maior que a Igreja, e que há muita gente a fazer o bem sem pertencer ao “grupo dos doze”, porque comprometida genuinamente na defesa da vida e da dignidade da pessoa humana, na promoção da paz e da justiça…
O que importa é arregaçarmos as mangas, unirmos as mãos e usarmos os meios que temos ao alcance, mesmo os mais simples e discretos, sempre com a força do amor que se deve pôr naquilo que se faz.
Para isto, não convém cortar as mãos ou os pés ou arrancar os olhos, mas cuidar o coração.

P. Fausto

in Diálogo 1624 (Domingo XXVI do Tempo Comum – Ano B)

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