Saber ser grato

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A primeira leitura e o Evangelho deste domingo referem pessoas afectadas pela lepra, uma doença terrível e, nos tempos passados, fortemente marcada por interdições sociais e religiosas. Tanto o general Naamã como os leprosos do Evangelho foram limpos por intervenção especial de Deus, mas o que se pretende realçar é a gratidão. Naamã, sírio e pagão, limpo depois de se ter banhado no rio Jordão, a mando do Profeta Eliseu, não deixa de voltar atrás para dar graças pela sua cura e de reconhecer o Deus de Israel como Senhor do céu e da terra e digno de todo o culto. O Evangelho ao narrar-nos o encontro de Jesus com dez leprosos que lhe suplicam, à distância regulamentar, misericórdia, evidência também a virtude da gratidão. Todos foram curados, mas apenas um voltou atrás para agradecer e, curiosamente, era samaritano. A Jesus não passou despercebido tal comportamento e louvou a atitude do estrangeiro. “Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove?”. Dos dez curados fisicamente só um foi curado pessoalmente: “Levanta-te; a tua fé te salvou.” Como então vemos, para além da bondade de Jesus e da fé dos leprosos, é evidente a gratidão de que só o samaritano deu provas. Dar graças a Deus e saber ser grato na relação com os outros, requer humildade e delicadeza, indispensáveis ao desenvolvimento do clima de confiança e de fraternidade que, mais que ninguém, os cristãos são chamados a fomentar na sociedade.

P. Fausto

in diálogo 1532  (XXVIII Domingo do Tempo Comum – Ano C)

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