Estamos a viver um ano dedicado à Vida Consagrada, até 2 de Fevereiro de 2016, por determinação do Papa Francisco. Por isso, e dada a bela e luminosa presença de institutos religiosos e seculares na nossa Paróquia, publicamos mais um testemunho.
IRMÃS DOMINICANAS DE SANTA CATARINA DE SENA
As Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena foram fundadas por Teresa de Saldanha na clandestinidade. Teresa nasceu no dia 4 de Setembro de 1837, filha dos terceiros condes de Rio Maior.
Desde cedo norteou a sua vida pelo amor a Deus e aos pobres. Entregou-se, de alma e coração, como voluntária e fundadora, ainda muito jovem, à Associação Protetora das Meninas Pobres, para a promoção e educação da mulher. Ao discernir uma vocação religiosa, abraçou a cruz da proibição dos pais e da ausência de qualquer vida religiosa em Portugal. Guiada só “pela vontade de Deus”, teve a consolação de fundar a Congregação das I.D.S.C.S.
Por um decreto real de 5 de Agosto de 1833, no Mosteiro de Jesus, como noutros conventos, foi proibida a emissão de votos. Por morte da última religiosa, em 1874, e a pedido da população de Aveiro, o Governo permitiu que no convento continuassem a viver as pupilas (senhoras que quiseram ser freiras), aí permaneceram, abrindo estas uma escola para crianças pobres.
Devido às enormes dificuldades económicas, recorreram, como outros já tinham feito, a D. Teresa de Saldanha. Também D. Manuel Correia de Bastos Pina, bispo de Coimbra, onde se integrava Aveiro, insistiu para que as Irmãs Dominicanas assumissem o Mosteiro de Jesus. Esta fez muitos melhoramentos no edifício e as Irmãs Dominicanas vieram em Outubro de 1884. Incumbiram-se do colégio, da casa e das relíquias da Princesa Santa Joana de Aveiro, que aí vivera de 1472 a 1490. Foi primeira Superiora a Madre Inês Champalimaud Duff. Esta casa sofreu algumas perturbações motivadas por grupos revolucionários, mas continuou a sua missão até à implantação da Republica, em 1910.
Teresa de Saldanha faleceu a 8 de Janeiro de 1916, após sofrer a perseguição, a espoliação e a expulsão com a revolução republicana, manteve a esperança, a fé, e viu a sua obra nascer noutros países.
Em 1953 as Dominicanas regressaram a Aveiro para abrir um Pensionato para meninas estudantes. Anos depois transferiram a obra para o Bairro de Santiago, para uma casa com mais condições. No entanto em Julho de 2004, com a tributação ao Estado por parte das obras sociais da Igreja Católica, não pôde continuar. Então, esta casa foi convertida em casa de acolhimento a grupos, é também uma casa de repouso/enfermaria para as Irmãs doentes ou de muita idade. Desde Setembro de 2011 é também um Centro Vocacional, que procura dinamizar atividades e acolher, procurando “fazer o bem sempre e onde seja possível”, como dizia Teresa de Saldanha.
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