Assim escreve S. João no seu Evangelho, proclamado em dia de Natal.
Se no princípio Deus cria o homem do pó da terra, em Belém Deus revela-se menino que sorri e chora, verdadeira carne como a nossa, porque criador e criatura estão enlaçados de tal modo que, naquele recém-nascido, homem e Deus são uma e mesma pessoa, a quem foi posto o nome de Jesus.
O Menino-Deus, nascido em Belém, apesar de muitas vezes e modos anunciado, e por poucos, então, reconhecido, continua a ser para muitos desconhecido, estorvo, objecto decorativo e até mero produto de mentes insanas, mas não deixa de ser reconhecido e adorado pelos Magos que, vindos de longe e vencidas mil dificuldades, O adoram e oferecem os seus presentes.
Buscar Deus não é fácil e chegar a Belém é grande desafio e comporta riscos. Há momentos de ânimo e desânimo, mas, não tendo as dificuldades abalado a fidelidade dos Magos, antes estimulado a prosseguirem a sua caminhada ao encontro do Menino, a certeza de que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” nos alenta e desafia a caminhos sempre renovados de esperança jubilosa.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1895 (Solenidade da Epifania do Senhor – Ano C)
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