Em maré de ceifas, o Evangelho de hoje fala-nos de um lavrador que não se cansa de semear generosamente.
Criados à imagem e semelhança de Deus, cada um de nós é esse torrão de terra boa apta para dar vida à sementeira que amorosamente Deus vem fazendo em nós, desde o princípio. A nossa história, porém, diz-nos que as pedras e os seixos, o mato e as silvas que tantas vezes deixamos crescer, tornam a nossa existência um caminho de terra batida e inculta, onde a semente, ainda que de boa qualidade, não enraiza, não cresce, não floresce e não frutifica.
O calendário de vida a que nos obrigamos não contempla paragens, tira-nos tantas vezes tempo para escutar o silêncio, para escutar Deus e os outros, e torna-nos terreno seco, pedregoso e pouco profundo, incapaz de reter a humidade indispensável à fecundidade.
O Evangelho alerta-nos e merece da nossa parte maior atenção e fidelidade, se queremos ser felizes. Apesar de tudo, Deus não se cansa de semear, mesmo que estejamos em férias.
P. Fausto
in Diálogo nº, 1866 (Domingo XV do Tempo Comum – Ano A)
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