O cap. 10 de S. Mateus continua a centrar a nossa atenção, mesmo sentindo o discurso de Jesus cada vez mais exigente. E hoje parece que a fasquia foi levantada muito alto: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim”. E o mesmo se diz em relação aos filhos. Com estas palavras, parece, à primeira vista, que Jesus anda carenciado e ressentido, a ponto de desvalorizar as relações mais profundas e sagradas que se constroem na familia. Nada disso.
Jesus não instaura no coração humano qualquer competição entre afectos. Não rouba nada. O que diz hoje claramente é que a felicidade não depende de termos uma família, carros, casa, saúde, bom emprego e futuro risonho, mas da generosidade e capacidade de conjugar o verbo AMAR, segundo a nossa vocação e estado de vida.
Não nos assustemos com as exigências do Evangelho. São difíceis, mas não impossíveis. Prova-o a história da Igreja que está cheia de homens e mulheres que encarnaram séria e fielmente estas exigências.
Apesar de ser grande o grau de dificuldade, não nos dispensemos de manter o mais alto possível a fasquia proposta por Jesus aos seus discípulos, sendo certo que nem um copo de água fresca, dada com amor, deixa de ser recompensado.
Porque nunca perdemos com Deus, nada devemos antepor a Deus, como nos diz Jesus e recorda o mestre S. Bento.
P. Fausto
in Diálogo nº. 1831 (Domingo XIII do Tempo Comum – Ano A)
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