Dois dedos de Liturgia (35)

 

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– ESTAR DE PÉ

Dissemos que o respeito diante de Deus infinito exige um comportamento determinado. Ele é tão grande e nós tão pequenos diante dEle! Por isso ajoelhamo-nos.
“Mas o respeito pode manifestar-se ainda de outro modo. Imagina-te sentado a descansar ou a cavaquear. De repente chega uma pessoa que te merece toda a consideração e dirige-se para ti. Imediatamente te levantas, a atendes e lhe respondes em atitude respeitosa. Que quer isto dizer? O estar de pé significa, antes de mais, a tua deferência por quem chegou, a tua concentração nessa pessoa. Em vez da atitude cómoda e descuidada do estar sentado, tomamos uma atitude disciplinada, rígida. Quer dizer que estamos atentos. De facto no estar de pé há qualquer coisa de expectante, de alerta, de prontidão…
E aqui temos o outro aspecto de reverência diante de Deus. No estar de joelhos havia o respeito de quem adora, de quem permanece em repouso; aqui, ao contrário, há o respeito de quem está vigilante e activo. Tal respeito é próprio do servo atento e manifesta-se na atitude de quem está de pé…
Conheces certamente a figura do orante nas catacumbas, aquela pessoa de pé, de vestes nobremente caídas e de braços abertos. Vê-se que está livre, mas tudo nela mostra verdadeira disciplina, tranquilamente atenta à Palavra de Deus e pronta para agir com alegria.
Por vezes não podemos ajoelhar bem; sentimo-nos coibidos. Então é bom que nos ponhamos de pé. Mas que seja um verdadeiro estar de pé. Sobre ambos os pés, sem nos apoiarmos, sem qualquer relaxamento indolente. Firmes e compostos.
Com tal atitude também a oração se torna mais firme e simultaneamente adquire maior liberdade, reverência e prontidão para agir”.

in “Sinais Sagrados” / Romano Guardini
* continuamos a aguardar as vossas questões em doisdedosdeliturgia@gmail.com

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